Se você sempre se perguntou o que define as cores de objetos e por quê enxergamos determinadas cores e outras não, a resposta pode ser mais chocante do que você espera: cores não existem. Aliás, melhor dizendo, elas existem, mas dependem do observador, ou seja, existem diferentemente para cada pessoa e/ou espécie. Como um leitor sísmico ou as ondulações no asfalto da cidade, as cores são na verdade leituras de diferentes “alturas” pelos cones, que ficam no fundo dos nossos olhos e são responsáveis por dividir a luz em três espectros: vermelho, verde e azul. Outra boa analogia é a das marcas que as ondas do mar deixam na areia: dependendo da força da onda, o sulco deixado na areia é maior ou menor, assim como nossos olhos reagem à luz.
Todas as cores que conhecemos são uma mistura das cores percebidas por esses 3 cones em diferentes tons, combinadas ou não, com mais ou menos iluminação, mas advém de uma mesma lógica: dependendo da frequência da onda luminosa que “acerta” nossa retina, é gerada uma determinada cor. Isso significa que uma cor com frequência baixa (como o vermelho) é na verdade uma onda luminosa com baixa vibração, enquanto uma com muita vibração (como o violeta) tem alta frequência. Aqui uma tabela com a frequência aproximada de cada cor e o seu formato de onda:
Por isso, cada cone que temos em nosso globo ocular é responsável por uma frequência distinta, que mede a “altura” da cor dependendo do quanto a sua onda afeta a retina. É da mesma forma que funcionam as notas musicais: cada frequência é associada a uma nota específica, que depende de nossa capacidade de captação pessoal. É por isso que a sinestesia – ato de ter mais de um sentido estimulado ao mesmo tempo, nesse caso a visão e audição – possibilita que cores sejam associadas à sons (e tons).
Assim sendo, em espécies que têm menos cones, como os cachorros (que têm 2), enxergam menos variações na luz. No caso dos cães, apenas em tons de amarelo, azul e cinza. Já a lagosta-boxeadora, que é o animal com mais cones (12), consegue ver cores que jamais poderemos sequer imaginar. Além disso, o crustáceo tem 3 íris, ao invés de uma, como nós. Imagine só ver um arco-íris pela perspectiva de um animal desses!
Pena que no fundo do mar não tem arco-íris…
Fonte: fatos desconhecidos