As pirâmides do Egito, o muro de Berlim (ou o que restou dele) e o Coliseu: além de serem grandes monumentos da arquitetura mundial, o que mais essas construções têm em comum?
Essas obras nos contam histórias através da imagem. Essa é a grande semelhança da arquitetura com o cinema, e por isso, nada mais justo do que juntar as duas artes. O bim.bon fez uma lista de 10 filmes que todo arquiteto deve assistir.
Tempo de recomeçar (2001)
O filme conta a história de um arquiteto de meia idade – George Monroe – que é diagnosticado com câncer terminal e descobre que tem pouco tempo de vida. O protagonista decide, então, aproveitar seus últimos dias para acertar questões antigas com a família: George quer fazer as pazes com a ex-esposa Robin e tentar se aproximar de Sam, seu filho rebelde.
Na preocupação de não deixar nenhum bem para Sam, George resolve construir uma casa para deixar de herança para seu filho.
O filme é americano, de 2001, dirigido por Irwin Winkler – produtor de filmes como “Rocky: Um Lutador”, de 1976 e “Os Bons Companheiros”, de 1990.
A vida é um sopro (2007)
O documentário conta a história de Oscar Niemeyer, um dos arquitetos brasileiros mais importantes para o país e para o mundo. De uma forma suave e descontraída, o filme nos conta um pouco sobre a arquitetura, a luta política, a paixão pelas mulheres e a história do arquiteto. O documentário conta com participações especiais e ilustres, como José Saramago, Ferreira Gullar e Chico Buarque.
Uma curiosidade interessante é que as primeiras imagens do documentário foram filmadas em 1998 – mas o filme só foi lançado em abril de 2007. A produção dirigida por Fabiano Maciel venceu por unanimidade o Festival Internacional de Documentários Atlantidoc, no Uruguai.
O documentário é uma produção brasileira, de 2007, dirigido por Fabiano Maciel.
Medianeras (2011)
Medianeras, Buenos Aires na Era do Amor Virtual é um filme argentino que conta a história de Martín, um fóbico que vive isolado em seu apartamento e Mariana, que terminou um longo relacionamento e vive em outro apartamento, totalmente desorganizado. Os dois moram no mesmo quarteirão – mas nunca se encontram. O filme é basicamente uma reflexão sobre a vida moderna e como a cidade que ao mesmo tempo aproxima e afasta as pessoas.
O diretor alega que o ponto central do filme não é uma solidão dramática, e sim uma solidão com a qual já estamos acostumados: a solidão urbana, que sentimos quando estamos rodeados de desconhecidos.
O filme é uma produção argentina, de 2011, dirigido por Gustavo Taretto – também diretor do longa argentino “Las Insoladas”.
Elevado 3.5 (2007)
Elevado 3.5 é um documentário brasileiro sobre as pessoas que se cruzam todos os dias ao longo dos 3.5km de extensão da via expressa elevada conhecida como Minhocão, no centro de São Paulo, que foi construída durante a ditadura militar.
O filme é composto por diferentes perspectivas – pessoas que moram próximas ao elevado, pessoas que passam por cima ou pedestres que passam por baixo da via. Além disso, há uma convergência de tempos: depoimentos sobre a época da ditadura até histórias do presente são narradas ao longo do documentário.
No festival É Tudo Verdade/It’s All True, um dos principais festivais de documentário da América do Sul, o filme ganhou com o o melhor longa-metragem brasileiro.
Elevado 3.5 é uma produção brasileira, de 2007, com direção de João Sodré, Maíra Bühler e Paulo Pastorelo.
Meia-noite em Paris (2011)
Uma produção muito aclamada do ano de 2011, o filme é uma mistura de fantasia com comédia romântica e conta a história de Gil, um roteirista que viaja à Paris com sua esposa e família. Durante a viagem, o personagem principal faz vários passeios solitários pela noite e descobre que, após a meia-noite, é transportado para a Paris de 1920.
Você provavelmente está se perguntando: “e onde entra a arquitetura aí?”. Meia-noite em Paris chama a atenção pela cenografia: é fantástico ver como a ambientação muda de acordo com as épocas, em uma mesma cidade. Vale muito a pena para ver nitidamente a evolução da arquitetura, mesmo em uma cidade muito tradicional e clássica como Paris.
Meia-noite em Paris é uma produção americana, de 2011, dirigida por Woody Allen – conceituado diretor, que também assinou trabalhos como “Para Roma, Com Amor” e “Blue Jasmine”.
The Human Scale (2012)
The Human Scale é um documentário que aborda criticamente a maneira como construímos e como usamos nossas cidades. Os dados do filme são resultado de um estudo minucioso do arquiteto Jan Gehl, que pesquisou por 40 anos a maneira como os espaços urbanos são ocupados.Veja também: Por que você deveria usar lâmpadas LED no jardim da sua casa
Atualmente, cerca de 50% da população mundial vive em centros urbanos e a previsão é que, até 2050, esse número chegue a 80%. O filme reúne depoimentos de arquitetos, urbanistas, e pensadores da vida moderna, questionando se os espaços públicos são inclusivos, como as pessoas interagem com a cidade e porquê a necessidade humana não está a frente de outros interesses na hora de planejar a ocupação do espaço urbano.
The Human Scale é um filme dinamarquês, de 2012, dirigido por Andreas Dalsgaard.
A Origem (2010)
Uma das produções mais consagradas dos últimos anos, A Origem é um filme em que a história se vale da arquitetura para acontecer. O enredo conta a história de Cobb, um ladrão que consegue extrair segredos através de técnicas de espionagem dos sonhos. Para que o espionado se sinta a vontade de revelar as informações desejadas, é necessário que o cenário do sonho esteja em conformidade com a realidade – e é aí que a figura do arquiteto entra.
Ariadne, personagem de Ellen Page, é uma estudante de arquitetura que é requisitada para compor a arquitetura dos sonhos planejados por Cobb. O filme é fascinante principalmente porque a arquitetura pode se fazer livremente – já que trata-se de um sonho, não é preciso se preocupar com regras ou com leis da física.
A Origem é uma produção dos Estados Unidos, de 2010, dirigida por Christopher Nolan – um grande nome do cinema contemporâneo.
Koolhaas HouseLife (2008)
O documentário registra de uma maneira bem espontânea a relação entre arquitetura e cotidiano. Tendo como cenário a Maison Bordeaux, uma das obras mais enigmáticas e icônicas da arquitetura contemporânea, assinada por Rem Koolhaas. O telespectador segue o ponto de vista de Sra. Guadalupe, a empregada doméstica da família que relata as dificuldades de manter a casa em ordem e limpa devido à sua estrutura peculiar.
No período de uma semana, os trajetos, atividades e inquietações de Guadalupe são expostas ao espectador, de modo que vários pontos desconhecidos do projeto fiquem expostos – tornando a casa ainda mais fascinante.
O filme é uma produção italiana, de 2008, dirigido pelo italiano Ila Bêka e por Louise Lemoine.
O homem ao lado (2011)
O filme argentino relata a história de Leonardo, um designer industrial que vive na única casa feita na América pelo arquiteto Le Corbusier com sua esposa, filha e empregada doméstica. A vida da família é tranquila, até que o vizinho da casa adjacente resolve construir ilegalmente uma janela que dava direto para a casa do designer.
Com um humor negro, a produção argentina retrata a convivência humana nas cidades e os problemas das grandes aglomerações urbanas. Além disso, a casa projetada por Le Corbusier é retratada no filme com detalhes – vale a pena conferir como seria morar na única obra da América feita pelo arquiteto.
O Homem Ao Lado é uma produção argentina, de 2011, dirigida por Gáston Duprat e Mariano Cohn.
O som ao redor (2013)
O Som ao Redor conta a história de uma milícia que chega em uma rua de classe média na zona sul de Recife e muda a vida dos moradores da região. Enquanto alguns comemoraram a segurança privada e a tranquilidade que a vigilância traria para o local, outros passaram por momentos de tensão.
Além disso, o título “O Som ao Redor” diz muito sobre o conteúdo da obra: é um filme sobre aquilo que nos circunda, sobre ruas vazias e muros cada vez mais altos. Cães de guarda, câmeras de vigilância e, principalmente, o pânico dos perigos da cidade são temáticas fortes dentro do longa.
Algo interessante a ser observado é a cenografia: o filme registra a rotina de inúmeras residências e é interessante observar como o cenário denuncia a classe social dos personagens em questão.
O Som ao Redor é uma produção brasileira, de 2013, dirigida por Kleber Mendonça Filho.
Agora, com todos esses filmes em mãos, é só colocar a pipoca pra estourar e escolher os que mais te interessaram. Inclusive, você têm outras sugestões de filme para nossa lista ou discorda de algum que foi mencionado? Conte pra gente.