Um dos grandes recursos de nossa língua, o ditado popular, muitas vezes, é utilizado pelas pessoas sem que elas sequer saibam a sua origem ou seu verdadeiro significado. E, por esse motivo, suas versões originais vão sendo modificadas e acabam se espalhando e se tornam aceitas pela população.
Separamos aqui, alguns exemplos clássicos de ditados populares que todo mundo conhece, mas poucos sabem o real sentido. Confira.
“Cuspido e escarrado”
Essa expressão, comumente utilizada para comparar pessoas, na verdade, tem outro significado: “esculpido em Carrara” (localidade na Itália, onde existe o mais perfeito mármore). Notaram a grande diferença entre o que a população diz e o original?
“Fulano parece ter bicho carpinteiro”
Não sabemos se já foi descoberta essa espécie de bicho (brincadeira nossa!), mas, quanto ao ditado, o correto é dizer “fulano parece ter bicho no corpo inteiro”. Alguém andou suprimindo ou mesclando palavras por aqui…
“Fazer ouvidos de mercador”
Tudo bem que a frase até faça algum sentido, se pensarmos em mercador como um vendedor que finge ser surdo quando a gente pede um “descontinho”. Mas, não, não é esse o verdadeiro sentido da frase.
A palavra original é marcador, denominação que os carrascos recebiam por marcarem os ladrões com ferro em brasa, cujas súplicas eram simplesmente ignoradas. Daí vem a tal essência de indiferença ligada à frase, que se transformou num ditado popular que também é muito utilizado por nós, brasileiros.
“Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão”
Essa é uma das mais utilizadas, quase um clássico entre os ditados populares adotados pelos brazucas, de norte a sul.
Como todo mundo sabe, a batata é um tubérculo e nasce embaixo da terra. E é por causa de suas ramas, que são vistas na superfície, que surgiu a expressão “batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão”.
“Cor de burro quando foge”
A gente acaba transmitindo, de pai para filho, por muitas gerações, algumas expressões e ditados populares que não fazem o menor sentido.
Já parou para pensar se o burro muda de cor ao fugir? Pois é, ele não muda. Quem tem de correr do bicho é que certamente fica pálido com o quadrúpede correndo sem rumo, por isso, o correto a se dizer é “corro de burro quando foge”.
“Quem não tem cão, caça com gato”
Vai ter gente jurando que essa é a forma correta de se contar esse dito popular, mas não é.
Apesar de parecer ter sentido, a maneira certa de se pronunciar a famosa frase é “quem não tem cão, caça como gato”, ou seja, sem a ajuda de ninguém. E não precisa se envergonhar: essa uma das frases populares que mais se pronuncia de forma equivocada, pela maioria das pessoas.
“Quem tem boca, vai a Roma”
Vai ter muita mamãe e avó teimando por aí que não está errado, mas é isso aí, minha gente: o ditado correto é “quem tem boca vaia Roma”. Ficou totalmente sem graça, né?
E você, também conhece algum ditado popular que foi repaginado incorretamente pelas pessoas?